MOSTRA TRABALHO EM CENA




O Projeto de Extensão Cinema: subjetividade, cultura e poder, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Bahia, através do Eixo 2 - Cinema, educação e decolonialidade, está organizando a mostra “Trabalho em cena”, idealizada e organizada por Matheus Guimarães, como atividade integrante de seu plano de trabalho, intitulado “Relações de trabalho, educação e subjetividade no cinema em uma perspectiva decolonial”, e orientado pelo Professor Dr. Alex França, partindo da necessidade de discutir sobre as relações de trabalho e de exploração às quais boa parte da população está submetida, e tomando o cinema como uma importante ferramenta atuante na mobilização de sistemas hegemônicos de opressão. 


Em especial, durante a pandemia do COVID-19, falar sobre essas questões se fazem ainda mais essenciais, visto que, para uma parcela da sociedade, a busca por sustento financeiro é o único motivo para sair de casa, em um momento em que se recolher e evitar contato físico tornam-se medidas eficazes de saúde e cuidado, tanto individual quanto coletivamente, na prática, um privilégio usufruído por poucos. É impossível falar de trabalho, ainda mais em um país que passou pelo processo de colonização europeia, sem ser atravessado pela raça, gênero e sexualidade, por isso essas abordagens serão contempladas nos debates.


Selecionamos alguns filmes contemporâneos que exploram essa temática para serem exibidos durante o evento e discutidos em debate após-exibição. Atualmente, as ações do projeto estão acontecendo em formato online, no Google Meet, tentando construir espaços de conversa horizontais e abertos ao público, composto principalmente por professores e estudantes da UEFS, de outras universidades e pela comunidade externa. Os cine-debates acontecerão nas sextas feiras do mês de maio de 2021, no período da tarde. 


COMO REALIZAR A INSCRIÇÃO?

Aviso: limite de vagas: 80/ inscrições encerram 24h antes do evento

1. Assista o filme anteriormente nos links logo abaixo para o dia referente ao encontro.

2. Efetue sua inscrição gratuitamente através do link:

https://forms.gle/4CYA2gqPeFCosLK18

3. Clique em SIM no convite que será enviado um dia antes do debate, para o e-mail informado na inscrição

4. Acesse a sala virtual do Google Meet pelo convite no dia e hora do evento, usando o mesmo e-mail informado na inscrição e traga suas impressões sobre as produções.

Coordenação:

Prof. Dr. Alex Santana França (DEDU-UEFS)

Matheus Guimarães Costa (graduando em Engenharia Civil/ UEFS)


PROGRAMAÇÃO


07/05, de 17 às 19 horas

Filme: “A cor do trabalho” (2014, Brasil)

Convidade: Rebeca Rosa, CEO e criativa do Organizando com a Deusa, que está presente em plataformas como Instagram, YouTube e Telegram. Ela é historiadora em formação e seu amor por história fez com que ela reencontrasse sua paixão por organização, sendo esta uma ferramenta usada ancestralmente por africanos em diáspora e continentais que buscam sua emancipação e sua autonomia.


Sinopse: A longa metragem conta a história do trabalho negro na Bahia desde o tempo da escravatura até os dias atuais. Trazendo a importância da educação na ascensão do negro na sociedade.  Traz depoimentos de personalidades negras que se destacam na sociedade como médicos, políticos, artistas, advogados e antropólogos. E de celebridades como a cantora Margareth Menezes, Clarindo Silva, Vovô do Ilê e João Jorge do Olodum. Todos contam histórias de como venceram em suas atividades profissionais. 


Indicação de leitura: https://piseagrama.org/o-mundo-e-meu-trauma/


Link do filme: https://www.youtube.com/watch?v=LIxQDjbDtZE&t=680s


14/05, de 17 às 19 horas

Filmes: “Cinzas” (2015, Brasil) e “O artista suburbano” (2021, Brasil)

Convidados: Vagner Jesus e Alessandro Cerqueira


Bio (Vagner Jesus): Nascido em Salvador/Ba, ator desde 2011, iniciou a carreira artística no Teatro É ao Quadrado, grupo de teatro da comunidade do Alto do Cabrito, onde pôde participar de oficinas e aulas de teatro, dança e percussão. Por meio do projeto teve acesso a outros coletivos que trabalhavam no segmento de audiovisual, tais como, oficinas de roteiro, produção de curtas com celular e slow motion. Teve sua primeira experiência profissional em 2017, através do Bando de Teatro Olodum, na condição de ator e assistente de produção cultural. Em 2018, foi indicado como ator revelação para o Prêmio Braskem de Teatro da Bahia. Atualmente, estuda o curso de BI em Artes na UFBA e para além de atuar nas artes cênicas, realiza pesquisas e produções independentes na área do audiovisual.


Bio (Alessandro Cerqueira): Licenciado em História pela Universidade Estadual de Feira de Santana e Mestre em História social pela Universidade Federal da Bahia. Tem interesse pelos seguintes temas: relações de gênero, masculinidades, violência, crime, interseccionalidades.


Sinopse: A história do filme “Cinzas” gira em torno de Toni, negro, que começa o dia de uma forma complicada: ônibus lotado, salário atrasado, descrença nos estudos, contas vencidas, temor da violência policial e solidão. Sua história, adaptada de um conto homônimo do escritor Davi Nunes, encontra outras semelhantes. Larissa Fulana de Tal, diretora de Cinzas, escolheu esse pseudônimo como complemento para o seu nome para fazer uma referência aos inúmeros mulheres e homens comuns. Bacharel em cinema e audiovisual pela UFRB. Já o filme “O artista suburbano”, dirigido por Vagner Jesus, traz as vivências de um jovem negro periférico em trabalhos informais, e as dificuldades enfrentadas nessa posição, o filme ainda traz relatos de trabalhadores informais na pandemia relativa ao COVID-19.


Indicação de leitura: https://narraracidade.files.wordpress.com/2019/03/a-hooks-bell.-escolher-a-margem-como-um-espaccca7o-de-abertura-radical.pdf


Link do filme Cinzas: https://drive.google.com/file/d/0B6Z7BvKepLqYbWtMSnBTZkRISmc/view?ts=56e18b7f

Link do filme O artista suburbano: https://youtu.be/mJBjHO1ek84

21/05, de 17 às 19 horas

Filmes: “Aluguel” (2015, Brasil), “Ruim mesmo é ter que trabalhar” (2015, Brasil) e “Filme de domingo (2015, Brasil)

Convidade: Lincon Péricles


Bio: Lincoln Péricles, vulgo LKT, nasceu e mora no bairro do Capão Redondo, quebrada de São Paulo. Filho de migrantes dos interiores de Minas Gerais e do Paraná, que foram buscar seus sonhos na selva de pedra, e acabaram na periferia e pobreza de São Paulo. É diretor, roteirista, montador e educador popular, somando mais de quinze anos trabalhando com filmes independentes produzidos em sua quebrada, que circularam entre cineclubes e coletivos periféricos, banquinhas de camelô, becos e vielas, e eventualmente em festivais nacionais e internacionais. Em fevereiro de 2020 teve seu trabalho destacado pela Cahiers du Cinéma, considerada a maior publicação de cinema do mundo, que descreve sua obra como Um cinema longe do imaginário ligado às favelas, que inventa sua própria forma, áspera e necessariamente imperfeita, entre intervenção e arquivo visual do bairro.


Sinopse:

“Ruim é ter que trabalhar” traz um relato de um trabalhador da construção civil, que ajudou na construção dos estádios na Copa do Mundo de 2014, no Brasil, trazendo questões trabalhistas encontradas por ele e a posição de vulnerabilidade que o “peão” se encontra.

“Aluguel” mostra algumas problemáticas enfrentadas por um trabalhador periférico, e uma das problemáticas são as contas de aluguel.

“Filme de domingo: O filme se passa num domingo de sol na quebrada, com diálogos entre um tio babão, uma mãe zika, uma criança artista, trazendo a importância do tempo livre e do importante direito ao lazer.


Indicação de leitura: http://zagaiaemrevista.com.br/article/por-um-cinema-pedreiro/


Link do filme Ruim é ter que trabalhar: https://www.youtube.com/watch?v=TQ6u4OogPYQ&t=270s

Link do filme Aluguel: https://www.youtube.com/watch?v=v5iSrmmateg&t=335s

Link do filme Filme
de domingo: https://www.youtube.com/watch?v=Bxv4vF-2YYs


28/05, de 18 às 20 horas

Filme: “Sorry to bother you” (2018, EUA)  - Classificação indicativa: 18 anos

Convidade: Fábio Costa


Bio: Graduado em Psicologia e Mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Cinema), ambos pela UFBA. Atualmente, é professor substituto no curso de Psicologia da UEFS e conclui especialização em Teoria Analítica de Carl Gustav Jung, pelo IHAC/UFBA. Além da atividade docente, atua em Psicologia social, educacional e clínica e tem envolvimento com algumas linguagens artísticas, como o teatro, a literatura e o cinema. Recentemente, lançou, em parceria com o ilustrador e artista plástico Igor Souza, a novela gráfica Rocha Navegável.


Sinopse: A trama segue um operador de telemarketing negro com problemas de autoestima que descobre a chave para o sucesso comercial: mesclar a sua voz com a de um ator branco. Subindo na hierarquia da empresa, ele acaba descobrindo o segredo terrível dos chefes, sendo obrigado a tomar uma importante decisão.


Indicação de leitura: Reescrevendo o futuro: usando ficção científica para rever a Justiça - Walidah Imarisha

Link do texto: https://memoriayficcao.files.wordpress.com/2019/08/imarisha-walidah.-reescrevendo-o-futuro-usando-ficccca7acc83o-cienticc81fica-para-rever-a-justiccca7a-1.pdf


Link do filme (Para download)
:
https://drive.google.com/drive/u/2/folders/1LgSHSUEuHGDQC8xp7R7fiDhiTZG73vQ1

Link do filme (Para assistir):
https://p.netcine.biz/player/?video=aHR0cHM6Ly9wLm5ldGNpbmUuYml6L3BsYXllcnMvbnYyNi5waHA/bj1TT1JSWVRPQk9USEVSTEVHMjAxOCZwPWZpbG1lczIwMTg=







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